quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Macroergonomia


A partir da década de 1980, o campo de estudo da ergonomia foi ampliado, passando a ser chamado de Macroergonomia. Segundo essa nova vertente, uma organização é vista como um sistema global, tendo que ser considerada como um todo. Com isso, sua definição é o desenvolvimento e aplicação da tecnologia da interface homem-máquina em toda a organização, isto é, sob um ponto vista global. Diferentemente, da ergonomia em seu aspecto micro, que leva em consideração o homem individualmente ou o posto de trabalho. Uma das vantagens da Macroergonomia é que essa pode proporcionar melhorias da ordem de 60 a 90%, enquanto que na abordagem micro as melhorias são de apenas 10 a 25%. A ergonomia, hoje, participa do projeto e administração de organizações, que muitas vezes é composta por milhares de trabalhadores. ODAM – Organizational Design and Management – foi a sigla cunhada na língua inglesa para essa nova atribuição da ergonomia.


Fonte: Ergonomia - Projeto e Produção (Itiro Iida)



quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

O sedentarismo da vida moderna


Com a invenção da cadeira, o homem moderno passou a viver cerca de 20 horas nas posições sentado e deitado. A partir disso, algumas pessoas passaram a ver a espécie humana (homo sapiens) não mais como um animal ereto (homo erectus), mas sim como um animal sentado, ou seja, homo sedens. Daí surgiu o vocábulo sedentarismo, que significa sentado. Embora, o assento apresente suas vantagens, devemos atentar quanto à postura que mantemos ao sentarmos. Diante das consequências da má postura, em 1743, Andry, o pai dos ortopedistas, publicou o livro "Orthopedia" que trazia recomendações oportunas. Caso não se respeite algumas regras posturais, manter-se sentado, por longos períodos, pode provocar fadiga, dores lombares e cãibras. Sem contar que, em não se tomando providências, pode-se levar à anomalia permanente da coluna. Evidente que, como falamos anteriormente, a cadeira tem suas vantagens. Entre elas, podemos citar:



  • Reduz o consumo energético;

  • Diminui a pressão mecânica sobre os membros inferiores;

  • Além de aliviar o trabalho do coração, reduz a pressão sanguínea nas pernas e pés;

  • Evita que o corpo oscile, assim como ocorre quando se está em pé;

  • Possibilita o uso de mãos e pés simultaneamente.


Fonte: Ergonomia - Projeto e Produção (Itiro Iida)



terça-feira, 29 de janeiro de 2008

O Trabalhador e a Vibração


Não estamos nos referindo àquela grande demonstração de entusiasmo, mas sim às oscilações de um corpo em relação a um ponto fixo. Até o momento, as experiências existentes se preocuparam mais com a vibração produzida pelas máquinas utilizadas em construção civil, tais como: tratores, caminhões e carros. Onde verificou-se que a aceleração das vibrações variam entre 0,5 e 5 m/s², sendo os tratores e maquinaria de movimentação de terras os que apresentaram os maiores valores. Entre os efeitos fisiológicos resultantes, temos: a redução do desempenho psicomotor e muscular, além de influir, negativamente, na percepção visual. Embora, afete também o sistema circulatório, respiratório e nervoso, seus efeitos são menores. Nos parece que o organismo humano, como forma de defesa, produza reflexos musculares, contraindo os musculos distendidos. Essa atividade reflexa da musculatura explica o maior consumo energético, aumento da frequência cardíaca e respiratória, nos colaboradores submetidos a esse tipo de atividade. Sabe-se que os efeitos vibratórios sobre o metabolismo, circulação e respiração são de pouca significância. Contudo, o fato de maior preocupação é que a oclusão reflexa dos músculos esfincterianos, localizados em torno dos vasos sanguíneos, resulta na diminuição da circulação sanguínea nas extremidades dos membros (dedos). Com isso, o trabalhador pode vir a desenvolver o chamado "dedos brancos" ou "dedos mortos".

Fonte: Manual de Ergonomia - Adaptando o Trabalho ao Homem (K. H. E. Kroemer & E. Grandjean)

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Protetor Auricular Ativo


Se não foi possível conter o ruído, durante a fase de planejamento, e se os recursos técnicos não foram eficientes, devemos recorrer à adoção de equipamento de proteção individual passivo ou ativo. Entre os equipamentos de proteção passiva, podemos citar:



  1. Protetores auriculares - tampão - de inserção no canal auditivo - Usado adequadamente, pode reduzir em até 30 dB o nível de pressão sonora dentro do ouvido.

  2. Protetores auriculares - concha - responsáveis por cobrir todo o ouvido externo - Mais eficientes que os primeiros, podem reduzir o ruído em até 40 dB.

  3. Capacete que cobre toda a cabeça, inclusive os ouvidos.

Esse tipo de equipamento, segundo os trabalhadores, apresenta alguns inconvenientes, pois além do desconforto, o isolamento acústico pode resultar em perda de informações importantes no ambiente. Para resolver esse problema, atualmente, a tecnologia disponibiliza dispositivo de proteção ativa, que ao identificar um som indesejado, emite onda sonora de mesma amplitude e oposta ao ruído, a fim de eliminá-lo. Além disso, ele amplifica o som da fala dos outros trabalhadores, através de um processo seletivo, podendo ainda, transmitir mensagens importantes ou músicas.



Fonte: Manual de Ergonomia - Adaptando o Trabalho ao Homem (K. H. E. Kroemer & E. Grandjean)



sábado, 26 de janeiro de 2008

Ruído: Estresse Fisiológico e Medidas de Proteção


Ruído é todo som desagradável, que provoca perturbação do indivíduo. Em geral, porém nem sempre, o ruído apresenta alto nível de pressão sonora. Sua fonte pode ser externa (tráfego, indústria, vizinhança) ou interna, por exemplo, máquinas, motores, ar comprimido, etc. Segundo estudos em fisiologia, o ruído provoca estresse fisiológico, que resulta em aumento da pressão sanguínea, frequência cardíaca, metabolismo e tensão muscular, além de induzir a redução da velocidade de digestão e contração dos vasos sanguíneos. A melhor medida contra o ruído é não produzi-lo, e para isso devemos planejar ambientes livre desses sons desagradáveis. Ou seja, a engenharia deve selecionar máquinas e tecnologias adequadas. Porém, uma vez que o ruído esteja presente, devemos, inicialmente, reduzi-lo na fonte. Caso o mesmo ainda persista, a intervenção é feita no meio de propagação, através do enclausuramento da fonte. Contudo, se os meios até agora citados falharem e o trabalhador necessite laborar nesse ambiente ruidoso, deve-se recorrer ao uso de equipamento de proteção individual.



Fonte: Manual de Ergonomia - Adaptando o Trabalho ao Homem (K. H. E. Kroemer & E. Grandjean)



terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Percepção Auditiva


O processo fisiológico da percepção auditiva se assemelha ao que ocorre com a visão. O ouvido interno realiza o papel do olho, ou seja, a “interface” entre a energia do meio externo, convertendo esta em impulsos nervosos, e o interior (o cérebro), onde o sinal sonoro é interpretado. A percepção do som, assim como, de um estímulo visual, em geral, é subjetiva. Pois, o indivíduo se utiliza de experiências, idéias pré-concebidas e atitudes, o que explica a ocorrência de sensações diferentes em pessoas diferentes, quando expostas a um mesmo som. Receber informações e alertar o organismo humano, quanto a uma situação de perigo, são funções da audição. Logo, a capacidade de vigilância da audição, alertando-nos quanto a algo de “mal”, é uma vantagem que deve ser explorada quando se projeta postos de trabalho, máquinas, equipamentos e sistemas de segurança. Por exemplo, um colaborador responsável pela supervisão de um painel que dispõe de um dispositivo sonoro que o alerta para uma possível situação perigosa. Quando associado a estímulo visual, como é o caso das ambulâncias, que além de sirene dispõe de sinal luminoso, a percepção é mais rápida e eficiente.


Fonte: Manual de Ergonomia – Adaptando o Trabalho ao Homem (K. H. E. Kroemer & E. Grandjean)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Iluminação da Estação de Trabalho


Alguns conceitos são fundamentais, para o melhor entendimento do iluminamento, tratado pela Ergonomia. Entre eles, citamos:

  • Iluminância – É a quantidade de luz que incide sobre uma superfície. Sua unidade de medida é o lux (lx). Onde: 1 lux (lx) = 1 lumem (lm), sendo o lumem a unidade do fluxo luminoso.
  • Luminância – É a quantidade, refletida ou obsorvida, de luz. Seu valor depende das características do material que constitui o corpo (paredes, móveis e objetos). Contudo, as luminárias possuem luminância exata. A unidade de medida é a candela por metro quadrado (cd/m2).
  • Reflectância – É a percentagem de luz refletida em relação à luz incidente. Ou seja, a razão entre a luminância e a iluminância, sua fórmula é a seguinte:
    Reflectância (%) = (Luminância / Iluminância) x 3,14 x 100
  • Estímulos físicos iguais são percebidos de forma diferente por pessoas diferentes. No entanto, quanto ao iluminamento, existem as seguintes correlações: “claridade” para uma grande incidência de luz na retina e “penumbra” para pouca luz incidente.

Durante o projeto de estações de trabalho, alguns cuidados são necessários, para se conseguir o conforto visual e o desempenho óptico. São eles:

  • Adequado nível de luminância;
  • Equilíbrio das luminâncias dentro do espaço físico;
  • Uniformidade temporal da iluminação;
  • Evitar o ofuscamento.

Fonte: Manual de Ergonomia - Adaptando o Trabalho ao Homem (K. H. E. Kroemer & E. Grandjean)



domingo, 20 de janeiro de 2008

O cansaço visual decorrente do trabalho

Após estresse das funções visuais, os olhos experimentam sensação de cansaço, que se soma à fadiga geral. Entre os sintomas da fadiga visual, podemos citar:
  • Irritação dolorosa - ardência -, em geral, acompanhada de lacrimação, vermelhidão e conjuntivite;
  • Dor de cabeça;
  • Redução da força de acomodação (capacidade do olho trazer a foco objetos a distâncias variadas) e convergência (deslocamento dos eixos ópticos para dentro, encontrando o objeto em seu ponto de intersecção, de forma que a imgem caia sobre a retina de cada olho);
  • Visão dupla;
  • Redução da acuidade, velocidade de percepção e sensibilidade ao contraste.
Quanto à atividade laboral, esta pode sofrer consequências em relação à fadiga visual, tais como:
  • Perda de produtividade;
  • Aumento do número de erros, assim como, de acidentes;
  • Redução da qualidade.

Segundo experiências existentes nessa área, a má iluminação do ambiente de trabalho influi negativamente na produtividade, probabilidade de acidentes e desconforto visual. Dessa forma, a Ergonomia pode intervir, projetando estações de trabalho adequadamente iluminadas.

Fonte: Manual de Ergonomia - Adaptando o Trabalho ao Homem (K. H. E. Kroemer & E. Grandjean)

sábado, 19 de janeiro de 2008

A visão do trabalhador


Os órgãos receptores da visão - os olhos - captam as energias do mundo externo e convertem em impulsos nervosos, que apresentam um significado para o organismo do homem. Contudo, a percepção, interpretação dos dados sensoriais, varia entre os indivíduos, em função de suas experiências, atitudes e preconceitos. Em geral, as funções do olho não têm seus limites de performance extrapolados na vida diária. Embora, algumas atividades laborais, em especial na indústria, seja por sua natureza ou condições ambientais, acarretem uma sobrecarga visual além da capacidade dos olhos. Entre as capacidades visuais mais importantes, podemos citar:



  1. Acuidade visual - Capacidade de distinguir pequenos objetos e detalhes.

  2. Sensibilidade a contraste - Capacidade do olho perceber uma pequena diferença de luminância (quantidade de luz emitida ou refletida por um objeto).

  3. Velocidade de percepção - É definida como o intervalo de tempo entre o aparecimento do sinal visual e sua percepção consciente pelo cérebro.


Fonte: Manual de Ergonomia - Adaptando o Trabalho ao Homem (K. H. E. Kroemer & E. Grandjean)

sábado, 12 de janeiro de 2008

Trabalho Noturno e em Turnos


Com a crescente industrialização, surgiu a necessidade de algumas atividades funcionarem 24 horas por dia, tendo em vista que alguns processos apenas são factíveis, ou seja, possíveis de serem feitos, e lucrativos dessa forma. Porém, o ser humano está em sua fase de performance (ergotrópica), durante o dia, e de relaxamento e recuperação (trofotrópica) à noite. Com isso, o trabalho em turnos e noturno está na contra-mão da natureza e, consequentemente, acarreta a fadiga crônica e distúrbios associados. Sem contar que os hábitos alimentares irregulares, observados, conduzem a problemas digestivos. Em geral, o sono diurno é insuficiente, tanto em relação à qualidade quanto à quantidade. Isso se deve ao fato que, durante o dia, estamos em nosso momento ergotrópico, prontos para agir. Entre os distúrbios ocupacionais resultantes, podemos citar:

  • Irritabilidade;
  • Predisposição à depressão;
  • Sensação de cansaço, mesmo após o sono;
  • Perda da vitalidade e interesse pelo trabalho;
  • Fadiga crônica, acompanhada de perda de apetite, perturbações do sono e problemas digestivos.

Fonte: Manual de Ergonomia - Adaptando o Trabalho ao Homem (K. H. E. Kroemer & E. Grandjean)


sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Alimentação e Trabalho


O funcionamento do organismo humano é similar ao motor de combustão interna. Enquanto necessitamos de alimentos, como forma de energia, o motor necessita de petróleo. Já através do óleo lubrificante, protege-se as partes móveis da máquina, ao passo que o homem utiliza as vitaminas, sais minerais, ferro, iodo, entre outros, como lubrificante. Para a refrigeração, o "motor humano" utiliza os líquidos, à medida que o outro utiliza a agua. Da mesma forma que o valor energético dos alimentos é medido em quilojoules (kj), o consumo de energia, no organismo do trabalhador, é baseado na mesma unidade de medida. Os trabalhadores podem ser classificados em sedentários e trabalhadores de atividades pesadas. Para os primeiros, a necessidade de energia é de 8000 a 12500 kj e para os outros de 12500 a 17000 kj, excepcionalmente, para os trabalhos muito pesados, necessita-se de 17000 a 21000 kj. Sendo assim, o trabalhador sedentário deve buscar a qualidade nos alimentos e não a quantidade. Para isso, deve restringir o consumo de alimento muito energético e refinado, buscando consumir mais alimentos naturais, ricos em elementos protetores, por exemplo, vitaminas, minerais e elementos básicos, tais como, vegetais, saladas, leite, fígado, pão preto e frutas.



Fonte: Manual de Ergonomia - Adaptando o Trabalho ao Homem (K. H. E. Kroemer & E. Grandjean)



quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Pausas para descanso



O funcionamento do corpo humano apresenta um equilíbrio rítmico entre o consumo de energia e sua reposição ou entre o trabalho e o repouso. Através das pausas para descanso, pode-se manter o desempenho e a eficiência no trabalho. Entre as pausas existentes ou possíveis, podemos citar:

    • Pausas espontâneas - São aquelas feitas por livre iniciativa do trabalhador a título de descanso.

    • Pausas disfarçadas - São pausas onde o trabalhador realiza uma outra atividade, mais fácil e curta, com o pretexto de descansar.

    • Pausas relativas à natureza do trabalho, é o caso do prestador de serviço que espera o cliente para realizar sua atividade. Também poderíamos citar o caso do operador de máquinas que aguarda que a mesma complete a fase de operação ou, até mesmo, que realizem sua manutenção.

    • Pausas prescritas pela gerência, por exemplo, intervalo do meio-dia e pausas para lanches pela manhã e à tarde.

    Vale salientar que é preferível um maior número de pequenas pausas, pois possibilita uma melhor recuperação. Ao contrário do que ocorre com pausas longas, onde o restabelecimento do indivíduo não é tão satisfatório. Constatou-se que há um inter-relacionamento entre as pausas, tendo em vista que quando se estabelece um maior número de intervalos prescritos, reduz-se as pausas espontâneas e disfarçadas.


    Fonte: Manual de Ergonomia - Adaptando o trabalho ao homem (K. H. E. Kroemer & E. Grandjean)



    quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

    Carga Horária


    No Brasil, a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT - determina uma carga horária diária de 08 horas, perfazendo um total de 44 horas por semana. No entanto, países industrializados como os Estados Unidos e outros existentes na Europa a carga horária é diversificada, em geral, inferior ao que determina a legislação brasileira. Evidente que essa diferença não ocorre em função do "paternalismo" dos países industrializados. Mas sim, porque já se percebeu que a redução da carga horária, não só proporciona uma maior produtividade por hora, assim como, diminui o número de acidentes e o absenteísmo. Para se ter uma idéia, a carga horária de 40 horas, ou menos, não só é comum nos Estados unidos, mas na maioria dos países europeus industrializados. Em 1995, na Alemanha, adotava-se uma carga horária semanal de 38 horas, logo em seguida, em 1997, a indústria eletrônica passou a exigir de seus trabalhadores 32 horas. Um outro fato muito interessante é a adoção da semana de cinco dias de trabalho e dois dias de descanso. Nesse caso, também se constatou a redução do absenteísmo. Mais recentemente, surgiu a discussão sobre a adoção da semana de quatro dias de trabalho, ou até mesmo três dias, comprimindo a carga horária semanal. Contudo, apesar de um maior período de descanso no final de semana, isso só será interessante, quando não houver um aumento considerável na carga horária diária.


    Fonte: Manual de Ergonomia - Adaptando o Trabalho ao Homem (K. H. E. Kroemer & E. Grandjean)



    segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

    O projeto de trabalho livre da monotonia


    Frederick Winslow Taylor, criador da Administração Científica, fragmentou o trabalho em tarefas simples, a fim de estudar os tempos e movimentos. Com isso, o trabalhador, além de perder o controle da atividade que realizava, passou a vivenciar uma série de operações repetitivas e monótonas. Neste cenário de alta especialização do trabalho, o colaborador não é motivado a desenvolver suas habilidades, uma vez que sua liberdade de ação é tolhida. Por décadas, o taylorismo exacerbado foi criticado por cientistas sociais. A grande maioria das pessoas não gosta de realizar tarefas monótonas, repetitivas e pouco demandantes, como por exemplo, em uma linha de produção. Porém, na elaboração de um projeto de trabalho, temos que considerar que, para uma minoria, esse tipo de atividade é agradável. Em geral, esses colaboradores costumam, durante a execução de suas tarefas, divagarem, ou até mesmo aproveitar para manter contato social com outros que se encontram nas proximidades. Para eles não interessa o trabalho mais variado e desafiante. Sendo assim, o correto, durante a elaboração de um projeto de trabalho, é levar em consideração as capacidades individuais, não exigindo nem pouco e nem muito da pessoa. Pois, como constatamos, a alta eficiência do trabalho é alcançada, quando a complexidade da tarefa esta situada entre o mínimo e o máximo.



    Fonte: Manual de Ergonomia – Adaptando o trabalho ao homem (K. H. E. Kroemer & E. Grandjean)




    domingo, 6 de janeiro de 2008

    Aumento da adrenalina em trabalhador com tédio



    Pode não parecer, mas atividades monótonas e repetitivas proporcionam um aumento no nível de adrenalina excretada na urina. Esse fato foi constatado durante estudos suecos. Ao se avaliar a catecolamina presente na urina, verificou-se que diversas formas de estresse físico e mental resultavam em um incremento da adrenalina excretada. Entre os experimentos, o mais relevante foi o que constatou uma diferenciação no nível desse hormônio durante a execução de atividades com sobrecarga, subcarga e carga moderada. O maior incremento se verificou em atividades caracterizadas por uma sobrecarga. Já a subcarga, encontrada em trabalhos monótonos e repetitivos, proporcionou um incremento de adrenalina inferior ao anterior, contudo, superior ao encontrado nos trabalhadores submetidos a uma carga moderada de trabalho. Com isso, percebe-se que, não só trabalhadores submetidos a atividades sob pressão, onde se luta contra o tempo e há grande influxo de informação, estão sujeitos à grande descarga de adrenalina. Mas, também, a maioria dos que realizam trabalhos longos e monótonos ou repetitivos, seja na indústria, no transporte ou no comércio. Esse fato, se não combatido, acarreta aos colaboradores doenças psicossomáticas e à empresa, prejuízo financeiro, em decorrência do absenteísmo.


    Fonte: Manual de Ergonomia – Adaptando o trabalho ao homem (K. H. E. Kroemer & E. Grandjean)



    sábado, 5 de janeiro de 2008

    Monotonia e Tédio


    Um ambiente de trabalho que proporcione poucos estímulos é monótono e, consequentemente, entediante. Esse estado mental - tédio - é uma reação a uma situação monótona, caracterizado por uma redução da ativação de centros nervosos, conduzindo a letargia, redução do estado de alerta e sensação de cansaço. Psicólogos e fisiologistas preocuparam-se em estudar o tédio. Enquanto, a psicologia buscou analisar o comportamento do indivíduo entediado, a fisiologia estudou os mecanismos nervosos, relacionando-os com indicadores mensuráveis. Entre as causas externas, que provocam o tédio, temos: trabalho repetitivo prolongado e supervisão prolongada e monótona. Por se tratar de uma condição mental, essa reação varia entre as pessoas. Como fatores pessoais, potencializadores do tédio, temos:
    • A fadiga;
    • Baixa motivação para a atividade;
    • Trabalho aquém da capacidade do indivíduo;
    • No caso do trabalho noturno, trabalhador não adaptado;
    • Pessoa altamente ativa realizando trabalho monótono.

    Assim como, há indivíduos propensos ao tédio, também existem aqueles mais resistentes, tais como:

    • Trabalhadores em fase de aprendizagem;
    • Descansados;
    • Satisfeitos com o seu trabalho.
    Fonte: Manual de Ergonomia - Adaptando o Trabalho ao Homem (K. H. E. Kroemer & E. Grandjean)

    sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

    Postagem de Nº 100: Reflexão sobre nosso blog



    Hoje, é um dia especial para nós que fazemos o blog: Ergonomia Aplicada. Para não deixar passar em branco este momento especial, estamos de visual novo. Esperamos que gostem do novo leiaute. Contudo, sintam-se à vontade para expressar a sua opinião em nossa enquete. Esperamos estar contribuindo com vocês e a Ergonomia, divulgando temas fundamentais para esta ciência interdisciplinar. Como pudemos observar durante nossas postagens, os conceitos ergonômicos, fundamentados em outros campos do conhecimento, tais como: fisiologia, anatomia, antropometria, psicologia, entre outros, é de fundamental importância para a melhoria das condições laborais. Sendo assim, pretendemos dar continuidade a este trabalho, muitas vezes, mostrando o mesmo tema sob variados focos.




    Falando um pouco mais sobre o estresse laboral


    Por ser um estado psicológico do indivíduo, sua avaliação torna-se subjetiva, dependendo assim, da forma como o trabalhador percebe o ambiente de trabalho (ambiente físico e ambiente social). Sendo o estresse uma discrepância entre a capacidade da pessoa em corresponder, a contento, às demandas de trabalho e o nível de exigência da organização ou até mesmo do próprio colaborador, percebe-se o grau de subjetividade desse estado emocional. Pois, o reconhecimento da própria incapacidade varia de pessoa para pessoa: o que pode parecer uma ameaça para um, para outro pode ser visto como um desafio que o motiva. Entre os fatores estressores investigados, através de questionários, podemos citar:


    • A falta do controle de trabalho, ou seja, da participação do trabalhador na determinação da própria rotina;

    • A inexistência ou deficiência do suporte social, isto é, o auxílio de supervisores e colegas durante a execução das tarefas;

    • O sofrimento proveniente do conteúdo e carga de trabalho;

    • Ameaça de desemprego;

    • Responsabilidade, acima da capacidade do trabalhador, pela vida e bem-estar de outras pessoas;

    • Desconforto ambiental (ruído elevado, iluminação inadequada, pouco espaço, temperatura elevada ou baixa, excesso de pessoas, etc.);

    • Baixa complexidade do trabalho, caracterizado por atividades repetitivas ou monótonas ou alta complexidade, gerando sentimento de incapacidade.


    Fonte: Manual de Ergonomia – Adaptando o Trabalho ao Homem (K. H. E. Kroemer & E. Grandjean)




    quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

    Estresse



    É o desequilíbrio entre a capacidade do indivíduo e a demanda existente, seja no trabalho ou na vida pessoal. Por incrível que pareça, o estresse em níveis adequados gera motivação. Esse termo foi usado inicialmente na Psicologia e Medicina, em 1930, como uma reação do organismo humano a uma situação de ameaça. Nessa ocasião, foi feita a distinção entre estressor, a causa da ameaça, e estresse, a reação do corpo. Porém, para a Engenharia, essa diferenciação não é a correta, pois esse campo do conhecimento define como estresse, a causa, enquanto strain, a resposta. Provavelmente, nossa estranheza inicial deva-se a essa divergência. Por ser um estado psicológico, devem-se levar em consideração as características individuais, isto é, como o trabalhador percebe o ambiente de trabalho. A avaliação do nível de estresse, geralmente, é realizada por meio de questionários, ou de forma combinada com parâmetros fisiológicos, tais como: a concentração de catecolaminas na urina, a freqüência cardíaca, ou ainda, a pressão arterial.


    Fonte: Manual de Ergonomia – Adaptando o Trabalho ao Homem (K. H. E. Kroemer & E. Grandjean)




    quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

    Nível de Fadiga


    Independente de realizarmos qualquer atividade durante o dia, nosso organismo atinge a fadiga através do ciclo circadiano, que é responsável pelo nosso relógio biológico, levando-nos a sentir sono, em geral, à noite. O nível de fadiga pode ser comparado ao conteúdo presente em um reservatório (ritmo circadiano, ambiente, luz, clima, ruído, intensidade e duração do trabalho, alimentação, doenças, dores e fatores psíquicos), ou seja, o somatório de todos os efeitos das causas responsáveis pela fadiga. Esse mesmo reservatório possui uma válvula - torneira – que é responsável pela liberação do conteúdo, possibilitando, assim, a recuperação do organismo. Esse esvaziamento ocorre durante as pausas para descanso no dia-a-dia, embora, é durante o sono que o reservatório seca. Igualando, dessa forma, o nível de fadiga, adquirida durante o dia, e a recuperação. Quando isso não acontece, temos a sensação de cansaço ao acordarmos.


    Fonte: Manual de Ergonomia – Adaptando o Trabalho ao Homem (K. H. E. Kroemer & E. Grandjean)


    terça-feira, 1 de janeiro de 2008

    Feliz Ano Novo!

    Depois de uma longa noite, celebrando a chegada do novo ano, muitos se encontram fatigados. E por que não iniciarmos este novo ciclo de nossas vidas, falando um pouco mais sobre fadiga? Como havia mencionado, na postagem anterior, a fadiga é medida, indiretamente, através de seus indicadores. Como métodos de medição, ou seja, indicadores, podemos citar: qualidade e quantidade de trabalho realizado, percepções subjetivas da fadiga, eletroencefalograma, testes psicomotores, testes mentais, medição da freqüência de fusão de luz, isto é, a freqüência com que estímulos luminosos que piscam passam a ser percebidos como estáveis e contínuos. Poderíamos, ainda, acrescentar que a fadiga é o somatório dos efeitos das causas responsáveis pela sensação de esgotamento físico e mental.


    Fonte: Manual de Ergonomia – Adaptando o Trabalho ao Homem (K. H. E. Kroemer & E. Grandjean)